A Ilha Grande está localizada no litoral sul do Rio de Janeiro, na região conhecida como Costa Verde e pertence ao município de Angra dos Reis, que recebeu esse nome por ter sido descoberta no dia 06 de Janeiro de 1502 (dia dos Reis Magos), pelo navegador português Gonçalo Coelho. A palavra "Angra" (Pequena baía ou enseada usada como porto natural) ainda pode significar "Deusa do Fogo" na mitologia tupiniquim, imagem que evoca beleza mas também poder e devastação.
É a 11° maior ilha do Brasil com 193 km² de relevo acidentado e montanhoso, cujo ponto mais alto com 1031 m. é o pico da Pedra D'água, de onde nasce toda água doce da Ilha e por esse motivo não existem trilhas até esse ponto, para que se preserve limpa a água que abastece os moradores e turistas que visitam a Ilha Grande. Já o 2° ponto mais alto é o Pico do Papagaio com 982 m. Famoso por sua forma pitoresca atrai turistas do mundo todo para uma caminhada noturna, sincronizada com o nascer do Sol no cume do Pico.
Essa linda Ilha paradisíaca que é recortada por várias enseadas, com um total de 106 praias, vegetação exuberante formada por Mata Atlântica, Mangue e Restinga é conhecida nos dias de hoje como um paraíso tropical, mas nem sempre foi assim.
Há registros de que ainda nos primórdios , à aproximadamente 8 mil anos atrás, de que a Ilha Grande tenha sido inicialmente habitada pelos "Sambaquis" (antiga civilização) cujo nome vem do Tupi Guarani, Tamba - Concha e Ki - Amontoado. Marcas em rochas utilizadas muito possivelmente para afiar ferramentas pré históricas também podem ser observadas por toda Ilha. Ainda existem muitas dúvidas quanto a essa civilização antiga, mas sabe-se também que eles eram exímios pescadores, caçadores e mergulhadores de águas profundas, não se sabe de onde vieram, talvez de alguma cultura marítima muito muito antiga. Habitaram a costa do Rio de Janeiro por aproximadamente 5 mil anos e em algum momento começou a haver contato com os povos Tupi. Acredita-se que o que ocorreu foi uma aculturação, ou seja, os costumes dos Sambaquis foram se misturando com o Tupi até o ponto em que, na chegada dos portugueses, já não havia mais nenhum deles para contar a história dessa civilização antiga chamada Sambaqui.
Quando o navegador Gonçalo Coelho chegou na Ilha já em 1502, encontrou aqui o povo chamado de Tamoios, que chamava a Ilha de Ippaun Wasu (Ilha Grande em Tupi-Guarani).
Ao longo do século XVI houve diversos combates na região, onde os portugueses eram aliados aos Tupiniquins e os franceses aos Tamoios. Em 1559 a coroa portuguesa resolveu nomear Dom Fonseca para administrar a Ilha, o que só ocorreu de fato com o fim da Guerra dos Tamoios em 1567.
Já em 1726, devido a dificuldade de impedir ataques de piratas e contrabandistas a administração do ouro mudou da capitania de São Paulo e Minas de Ouro para a capitania Real do Rio de Janeiro. Nesse período começou-se a desenvolver aqui na Ilha Grande as culturas de cana-de-açúcar e café, que se estenderiam até a última década do século XIX e com a intensificação da colonização, os negros eram trazidos para trabalhar nas lavouras fazendo do lugar uma das principais rotas do tráfico de escravos.
No ano de 1803 a Ilha passou a condição de Freguesia, com o nome de Santana da Ilha Grande de fora, ganhando autonomia jurídica com relação a Angra dos Rei. Em 1863, o então imperador Dom Pedro II fez sua primeira visita a Ilha Grande onde comprou a fazenda do holandês, local onde seria construído o "Lazareto", instituição que serviria de centro de triagem e de quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil e posteriormente um sanatório para pessoas com Lepra. De 1886 a 1903 atendeu mais de 4.000 embarcações, serviu de presídio político durante os primeiros anos da república, quando foi criada a colônia agrícola correcional de Dois Rios. Nos ano de 1930 todos os confinados do Lazareto foram transferidos para a colônia de Dois Rios, que passou a se chamar Instituto penal Cândido Mendes com capacidade para até 10000 detentos.
Nessa prisão o grande poeta da Literatura portuguesa escreveu o livro "Memórias de um Cárcere", quando esteve preso durante a ditadura militar do estado novo (1937-1945)
Até a década de 70 o instituto recebeu presos políticos e presos comuns, tendo se originado aí a facção criminosa hoje conhecida como comando vermelho, fato que inspirou um filme nacional chamado 400 contra 1.
Em 1994 o presídio foi demolido e em 1998 um centro de estudos ambientais da UERJ foi instalado no local.
Desde então a economia da Ilha Grande tem se baseado quase que exclusivamente no turismo, com a brusca mudança de "Caldeirão do Diabo", como a Ilha era conhecida na época do presídio para paraíso ecológico nos dias de hoje.
Essa é a história de nossa tão querida Ilha Grande, esperamos que gostem e sintam-se a vontade para curtir, comentar e compartilhar.
Grande Abraço a todos!
Acqua Roots Ilha Grande Tours
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